domingo, 19 de outubro de 2008

Macau

Sal, Sol e Carnaval no Porto de Ama

REGIÃO LITORAL
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“A ilha de Macau já possuía esse nome velho em maio de 1797, mas seria povoada apenas na década de 1820. Anteriormente seria deserta, por não ter água. Desde a barra do Rio Mossoró, pelo interior às Pendência, estendia-se vida pastoril, fazendas, criação bovina e eqüina, roçarias de mandioca. Pelo litoral, pescarias, exportação de peixe seco, carne-de-sol, couros, sal, muito sal, trabalho de homens livres e negros escravos. Já não mais viviam os indígenas quando a terra se povoou com aldeias, movimentadas e fartas”.
(Câmara Cascudo, in Nomes da Terra. 2ª edição, 2002. Editora Sebo Vermelho. Natal, RN.)

Macau é cercada de belezas naturais por todos os lados, como se a natureza escolhesse aquela ilha para guardar todo seu encanto. Famosa por sua grande produção salineira, onde as pirâmides de sal marinho podem ser vistas em todos os cantos, a cidade festeja o carnaval intensivamente, sendo considerada a melhor folia de momo do Rio Grande do Norte.-

Localizado no Litoral Norte do Estado, na Região Salineira do Vale do Assu, o município de Macau está a 190 km de distância da capital. Banhada pelo Rio Assu, a cidade de Macau é rodeada por ilhas, praias, mangues, dunas e gamboas que encantam nativos e visitantes.
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Na entrada da cidade, o turista se depara com um grande moinho de vento, representante legítimo das antigas salinas tradicionais. Antes de chegar à Macau, o turista ainda passa por baixo do monumento de Nossa Senhora da Conceição, sendo abençoado e protegido para as aventuras através dos mistérios macauenses.
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Num passeio despretensioso pela cidade, é possível observar alguma casa com traços da arquitetura colonial, destacando-se a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, construída em estilo gótico e barroco, em meados do século XVIII. A imagem barroca da padroeira é do século XVII, vinda originalmente da Itália.
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A povoação do lugar teve início na Ilha de Manoel Gonçalves, através de portugueses interessados na exploração e no comércio do sal, abundante na região. Por volta do ano de 1820, as águas do Oceano Atlântico começaram a invadir a pequena ilha, dificultando a permanência dos moradores na área.
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Os habitantes da ilha foram expulsos pelo avanço das águas e eles escolheram a ilha localizada na foz do rio Assu-Piranhas, denominada de Macau, nome originado da corruptela da palavra chinesa “Amangao”, que significa “abrigo ou porto de Ama”, deusa dos navegantes.
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O povoado de Macau foi fundado pelo capitão português Martins Ferreira e seus quatro genros: José Joaquim Fernandes, Manoel José Fernandes, Manoel Antônio Fernandes, Antônio Joaquim de Souza e ainda João Garcia Valadão e o brasileiro João da Horta.
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Impulsionado pela grade produção de sal, Macau foi desmembrado de Angicos e tornou-se município em 1847. A comarca foi criada em dezembro de 1871, sendo elevada a categoria de cidade somente em 1875.
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O turismo e o potencial petrolífero macauense
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Parque salineiro de Macau.

Durante muito tempo, Macau viveu a febre do desenvolvimento da produção salineira e depois teve que enfrentar o declínio de desemprego devido à mecanização da indústria do sal. Nos últimos anos, a economia do município tem se tornado eclética, onde se destacam: a extração de petróleo e gás natural; produção de sal, a maior do país; a pesca; coleta de crustáceos e mariscos; a carcinicultura; e atividades turísticas.

O município de tantas riquezas naturais e forte potencial econômico é parte do chamado “Pólo Gás Sal” – área de grandes perspectivas de desenvolvimento e produção, localizada entre a Região Salineira e o Vale do Assu – e tem a esperança de ver funcionar a grande fábrica de Barrilhas, erguida na entrada da cidade.

Com uma natureza generosa, Macau conta com praias de extraordinárias belezas naturais como Salinas, Camapum, Soledade, Tubarão, Barreiras e Diogo Lopes; com suas antigas e modernas salinas; velhos casarões, o Moinho de Ventos; Museu Marinho.

Na área de eco-turismo, a cidade tem a oferecer ainda passeios de barco, mergulho, manguezais, caminhadas ecológicas e passeio nas dunas. As manifestações folclóricas em destaques são o Fandango, a Chegança, o Coco de Roda, a Lapinha e o Boi de Rei.

O carnaval de Macau e a cultura da alegria

Antigo moinho de vento na entrada da cidade.

Percorrendo os caminhos do turismo cultural, o visitante pode relembrar a história da terra através de monumentos como a Coluna da Liberdade, erguida em homenagem ao Centenário da Independência e localizada na Praça da Conceição; e o Cruzeiro da Ilha de Manoel Gonçalves, construído de madeira rústica, localizado em frente à Igreja Matriz.

O patrimônio histórico e cultural de Macau ainda pode ser explorado no Museu Marinho “Seu Manuíque”, no Museu José Elviro, no Museu Carnavalesco “Colo de Santana”, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição com mais de 142 anos, padroeira de Macau, e nos parques salineiros, onde se produz o sal artesanalmente.

O povo macauense é por vocação alegre e festivo. Durante o carnaval, Macau e suas praias concentram grande quantidade de pessoas, com destaque para a tradicional brincadeira de mela-mela. A cidade se transforma num grande palco com trios elétricos, troças e blocos carnavalescos trazendo descontração para o povo macauense e visitantes de todo o Brasil.

Outras atividades festivas no município são: a Festa de São Sebastião, em janeiro; Festival de Música Carnavalesca, no mês de fevereiro; Festa das Flores (comemora a coroação de Nossa Senhora dos Navegantes), em maio; Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, em agosto, com uma grande procissão de barcos; Festa do Sal, em setembro; e a tradicional festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, de 28 de novembro a 8 de dezembro.

O paraíso tem nome: praia de Diogo Lopes

Praia de Diogo Lopes e a reserva ecológica Ponta do Tubarão.

Imagine um lugar repleto de natureza por todos os lados; um pedaço do paraíso onde o visitante pode encontrar uma variedade ambiental impressionante como mar, mangue, restinga, rio, estuário, dunas, falésias, coqueirais, caatinga, tabuleiros e lagoas.

Diogo Lopes é uma vila de pescadores, distante 25 km de Macau e 230 km da capital potiguar, uma praia quase desconhecida pela grande maioria dos potiguares, abrigando uma natureza intocável. Por trás da pequena vila, as dunas móveis formam grandes falésias que encontram a caatinga, separando o sertão e o mar numa cena única, mágica.

A praia de Diogo Lopes é localizada entre as comunidades de Barreiras e Sertãozinho, que fazem parte de uma grande reserva ambiental e são formadas por gente simples e acolhedora. Para preservar esse paraíso, a comunidade unida criou a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, implantando projetos produtivos para a pesca e para o turismo ecológico.

Ao longo da baía Ponta do Tubarão, pequenas ilhas formam um estuário com manguezais, repleto de vida marinha e aves migratórias. A restinga abriga alguns “ranchos” (casa de taipa feita por pescadores para tratar o peixe, guardar material e descansar entre uma pescaria e outra) e um longo braço de mar cercado de coqueirais. O estuário é protegido pelo Rio Tubarão, servindo como ponto de desova de tartarugas.

De acordo com a historiografia popular, o povoado de Diogo Lopes teve sua origem com os irmãos portugueses Diogo e Gaspar Lopes que aportaram no Rio Tubarão, em data incerta. Diogo Lopes permaneceu na localidade, enquanto Gaspar partiu para o sertão.

Até os anos 70, existia uma trilha carroçável ligando Diogo Lopes à Macau, mas era intransitável durante épocas de inverno ou nas grandes marés. Quando foi confirmada a produção de petróleo no campo terrestre, a Petrobrás nivelou e asfaltou as estradas da região.



Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em estilo barroco.

Fartura de sardinha em Diogo Lopes.

Comunidade de Sertãozinho e o estuário do Rio Tubarão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito linda essas praias não tive a oportunidade de vÊ=las, mas todo ano estou aí no melhor carnaval do RN, mas com certeza vou visitá-las.