terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Santana do Matos

Uma cidade ao pé da serra

REGIÃO CENTRAL

Matriz de Santana do Matos

Quando aqueles turistas aventureiros começarem a desbravar as entranhas do sertão em busca do turismo ecológico, o maciço da Serra de Santana é um dos destinos mais invocados dessa planície catingueira. Localizada no pé da serra, a cidade de Santana do Matos é parada obrigatória, oferecendo aventuras, história e belezas nativas de uma cidade pacata do povo ordeiro.

Conforme o mestre Câmara Cascudo, o povoado teve início na Fazenda Bom Bocadinho, de propriedade do português Manoel José de Matos. Quando a fazenda começou a prosperar, apareceu uma seca devastadora prejudicando a lavoura e dizimando o gado. Manoel José fez promessa de erguer uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Santana se a seca terminasse.

A seca passou, a Fazenda Bom Bocadinho voltou a crescer e a capela foi construída. O povoado foi iniciado com o nome de Santana do Pé de Serra, passando posteriormente a ser chamado de Santana do Matos, num vínculo direto com a capela que lhe deu origem e ao dono da fazenda. Durante muito tempo, o vilarejo foi distrito de Açu. -

A Festa de Santana

Vista panorâmica de Santana do Matos. Ao fundo, a grande Serra de Santana.

Distante 190 km de Natal e com acesso direto pela BR 304, Santana do Matos pertence a Região Central do Rio Grande do Norte. Entretanto, a atmosfera da cidade e os costumes dos seus moradores são característicos da Região do Seridó, de onde vem toda a influência para os costumes do dia-a-dia. Porém, a grande Serra de Santana divide a região Central do Seridó.

No final de julho, a Festa de Santana atrai milhares de gente que vem participar da tradicional vaquejada, que acontece no Parque Manoel de França Assunção. Shows de bandas de forró de nome nacional, distribuição de R$ 100 mil em prêmios e um carro 0 km são as grandes atrações do evento. No final de tudo, o povo segue a Santa em procissão para pagar os pecados d’alma.

A Pedra do Letreiro

Escrituras rupestres de Tradição Nordeste, datada de 12 mil anos.

Santana do Matos abriga um ainda um grande e, praticamente, desconhecido patrimônio histórico. Nos últimos três anos, foram descobertos 70 novos sítios arqueológicos encravados nas serras da região. A maioria deles, especialmente os localizados em áreas de difícil acesso, está quase intacta. Outros, no entanto, já sofrem com a depredação.

Além das pinturas, também já foram encontrados instrumentos utilizados por antepassados, principalmente machadinhas, cerâmicas e almofarizes (espécie de pilão para moer milho). Existem boatos de que no alto da Serra do Caboclo haveria um cemitério indígena, mas a informação ainda precisa ser detalhada e o local ser alvo de escavações.

Vale a pena caminhar os seis quilômetros de ida e volta, rasgando a vegetação sertaneja, percorrendo trilhas, subindo e descendo pequenos serrotes para se chegar à Pedra do Letreiro, um sítio arqueológico, a beira de uma lagoa. As inscrições estão nas paredes de pedras, que tem menos oito metros quadrados de área. As escrituras rupestres são de Tradição Agreste e datadas de aproximadamente 12 mil anos.
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A região da Serra

Açude do Alecrim garante o abastecimento de água de toda a região.

Nas vizinhanças de um arraial denominado São Miguel, próximo a Santana do Matos, viviam refugiados em uma gruta, no alto de uma serra, um dos últimos grupos de índios Tapuias que viviam em liberdade. Os relatos históricos informam que a Gruta dos Tapuias está situada a três quilômetros da estrada que dava acesso a Serra de Santana. Do alto da serra, o visual do pôr-do-sol é impressionante.

O lugar conhecido como “As Fervedeiras”, uma espécie de gêiser onde a água fervente sai das pedras, é ainda um inexplorado olho d'água sulfuroso situado nas encostas da serra e continua sendo uma incógnita. Por falta de pesquisas, o povo santanense e turistas desconhece a qualidade da água, sua vazão, composição e potencial de saúde no local.

O visitante também poderá se deleitar nas águas dos açudes que banham Santana do Matos: o Rio da Pedra, armazenando 12 milhões de metros cúbicos e o açude do Alecrim, com 7 milhões de metros cúbicos. Os reservatórios abastecem a cidade e proporcionam lazer para a população, nos finais de semana, são integrantes da bacia Piranhas-Açu.

Coreto da Praça central.

Vista aérea de Santana do Matos. Ao fundo, o Açude Alecrim e o começo da grande serra.
- Casa de Cultura e a fonte luminosa da praça.
- Praça central de Santana do Matos.
- Típica fazenda seridoense encravada em Santana do Matos.

2 comentários:

João Miranda disse...

Minha terra Alex, infelizmente o açude do alecrim não abastece, nem oferece mais opção de lazer para a cidade, um "iluminado" que foi prefeito jogou o esgoto da cidade dentro dele.

João Miranda disse...

Ehh Alex, essa é a minha terra, infelizmente o açude do Alecrim já não abastece a cidade e também deixou de ser um espaço para o lazer, dentro dele foi jogado o esgoto da cidade.

um abraço